Tida como fora da chapa de reeleição do governador Rui Costa (PT), a senadora Lídice da Mata (PSB) mantém as expectativas de arrumar um espaço para se candidatar mais uma vez à Câmara Alta. A socialista ganhou sucessivas sobrevidas recentemente com o apoio de lideranças do cenário nacional do PT, a exemplo da presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, que lembrou o papel relevante que a baiana tem tido desde a chegada ao Senado.
Antes de ir preso, até mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou a expectativa de ver Lídice na chapa de Rui, cujo único candidato ao Senado praticamente garantido é o ex-governador Jaques Wagner. Enquanto aliados do PSB fazem barulho em prol de Lídice, o PSD segue articulando nos bastidores para garantir que Angelo Coronel (PSD) fique com a vaga inicialmente reservada para reeleição da senadora. Coronel é um nome que ganhou peso ao longo dos últimos meses e possui a seu favor a estrutura do PSD, maior partido da Bahia em número de prefeituras. Lídice, todavia, construiu ao longo da própria trajetória um terreno fértil para “cobrar a fatura” do apoio dado aos projetos políticos do PT nos âmbitos federal e estadual.
E, desde o início do processo de impeachment de Dilma Rousseff, se tornou uma aliada ainda mais importante da nova oposição liderada pelos petistas no Congresso Nacional. Por isso que caciques com pé em Brasília fazem torcida para que Lídice seja indicada para compor a chapa com Rui. A socialista aposta também no apoio de movimentos sociais para outros impulsos nesse processo – setor do qual Coronel está longe de ser interlocutor.
O presidente da Assembleia é o mais ansioso para que o governador adiante o processo e crave a composição da chapa. No contexto atual, é dele a vaga ao Senado. Já Lídice trabalha com o tempo a favor. Quanto mais Rui adiar a escolha – ainda que publicamente – mais força a senadora ganha para tentar angariar apoios e sedimentar o próprio nome como alternativa relevante para a chapa do petista: é aliada antiga, mulher e com interlocução com movimentos sociais, algo de que o PT sempre foi árduo defensor. Mesmo que Rui esteja a procurar uma saída honrosa para Lídice, a senadora tem razões para não entregar os pontos.
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