O presidente Michel Temer disse que “não se incomodou minimamente” com as hostilidades recebidas na visita nesta terça-feira, 1º, Dia do Trabalho, ao local do Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no centro de São Paulo, na madrugada desta terça.
Após declarações, viu-se obrigado a deixar rapidamente o lugar sob protestos e xingamentos. Temer afirmou que, como estava na capital paulista, não poderia deixar de ir ao local da tragédia por temor de manifestações contrárias a ele. “O mal seria eu não revelar a autoridade de presidente, temeroso de uma ou outra hostilidade, que sempre é negativa e não é útil”, afirmou, ao pedir “educação cívica”.
“Acho que o País precisa tomar critérios de educação cívica, mas eu não me incomodei minimamente com isso”, comentou. O prédio que desabou após o incêndio era uma ocupação irregular por moradores ligados a movimentos dos sem-teto. As declarações dele foram dadas no Itamaraty, após ele participar de almoço com o presidente do Suriname, Desiré Bouterse, quando tentou minimizar os atos contra ele.
“Sabe o que acontece? Eu não me incomodo com isso. O importante era o gesto de autoridade. Você é presidente da República e, num caso como este, convenhamos, uma tragédia das mais dramáticas e com gente muito, naturalmente, muito carente, muito pobre, eu, estando em São Paulo, não comparecer lá seria objeto de crítica. Vocês estariam fazendo a pergunta ao reverso”, afirmou, ao reconhecer que sabia que poderia ser hostilizado na visita. “Eu sabia que, indo lá, teria alguma hostilidade. Mas eu não me incomodei. Eu fui lá, fiz declarações à imprensa, já havia falado com o ministro da Integração Nacional Antônio de Pádua Andrade, havia já ligado pro Ministério das Cidades, coloquei-os todos nesta questão, e, portanto, não tem problema nenhum”, observou.
Temer afirmou que ligaria imediatamente ao ministro da Integração Nacional para verificar o auxilio a ser concedido às vítimas. Mais cedo, ele tinha afirmado que, “certamente”, terão de ser repassados recursos do governo federal para atender aos problemas causados pelo incêndio, sem especificar quem seriam os beneficiários da ajuda. “Vou ligar agora para o ministro da Integração Nacional, com que eu falei várias vezes ontem, para verificar qual é o auxílio que pode dar porque ele está em contato com a Defesa Civil do Estado, com a Defesa Civil do município. Então, agora eu terei uma notícia dele, mas a ordem é o que for preciso, vamos fazer”, declarou. O presidente disse que não tinha notícia exata das providências tomadas, mas que ia “verificar com o ministro”. Temer emendou: “O que eu determinei foi que desse toda assistência necessária”.
Da redação com informações do Estadão Conteúdo // ACJR