A Polícia Federal (PF) pediu à Justiça a transferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado pela Operação Lava Jato, da "cela" especial montada no prédio da superintendência em Curitiba. O pedido, que será analisado pela juíza federal Carolina Moura Lebbos, precipita a indicação no processo, pelo ex-presidente e sua defesa, de um local para cumprimento da pena de 12 anos e um mês no caso triplex do Guarujá (SP).
Partidários de Lula não descartam a possibilidade de indicar uma unidade das Forças Armadas, que possa dispor de uma "sala de Estado-Maior", em São Paulo – próximo de seu domicílio – para cumprimento da pena. Preocupado com o isolamento político e o efeito nas urnas, o argumento no debate jurídico é de que para o caso de um ex-chefe de Estado preso por crime comum não há precedente. Em outros países, dizem dirigentes petistas, ex-presidentes presos ficam em quartéis do Exército e têm contato com o mundo exterior.
O quartel do Exército em Curitiba chegou a ser uma das possibilidades de local para início do cumprimento da pena, antes da definição da "cela" especial da PF. Localizado no bairro Pinheirinho, área central da cidade, a unidade ocupa cinco quadras e pode abrigar uma sala de Estado-Maior. A unidade dos Bombeiros na capital paranaense também tinha condições de receber o petista, mas foi descartada.
A solicitação da PF feita 15 dias após seu encarceramento – na sexta-feira, 20, sob sigilo – tem como base os custos e transtornos gerados pela manutenção de Lula sob custódia na Superintendência em Curitiba e os riscos previstos com as manifestações do dia 1.º de maio, Dia do Trabalhador.
O PT, sindicatos e apoiadores estão organizando uma grande manifestação no acampamento montado desde a prisão de Lula no entorno do prédio da polícia, no bairro Santa Cândida.
O Sindicato dos Delegados da PF no Paraná havia solicitado no dia 11 – menos de uma semana depois da prisão – ao superintendente local, Maurício Valeixo, a transferência "para outro local que possa oferecer condições de segurança e que não traga os transtornos e riscos à população e aos funcionários da Polícia".
Em nota, a entidade registrou que a "medida mais acertada seria a transferência imediata do ex-Presidente para uma unidade das Forças Armadas, que possua efetivo e estrutura à altura dos riscos envolvidos".
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