Política

Eu não posso brigar com a cadeia, nem me render; vou ler, estudar e fazer política, diz Dirceu

Ex-ministro admite que pode ficar para sempre na prisão e revela rotina do cárcere, da faxina com Eduardo Cunha à conversa com Palocci

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O ex-ministro José Dirceu, 72, teve seus recursos negados na quinta (19) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e pode ser preso a qualquer momento por ordem do juiz Sergio Moro.

Por seus próprios cálculos, ele pode entrar na cadeia para não sair nunca mais. "É uma hipótese", admite.

Em entrevista exclusiva à Folha, Disceu estava com  "tosse nervosa" e os olhos inchados por causa de uma operação que fez nas pálpebras —entre outras coisas, para enfrentar a fraca luz da prisão e manter o hábito da leitura, diz ele.

José Dirceu afirmou que o país vive uma situação de insegurança e instabilidade jurídica, de violação dos direitos e garantias individuais. O aparato judicial policial se transformou em polícia política. 

Como a minha vida é o PT e o projeto que o Lula lidera, eu tenho que me preparar para continuar fazendo política. Eu não posso me render ao fato de que vou ser preso.

Durante a entrevista foi feita a seguinte pergunta a José Dirceu :

Então o senhor pode entrar agora na cadeia para não sair nunca mais?

É uma hipótese.

E como se sente?

Não muda nada. Preso ou aqui fora, vou fazer tudo o que eu fazia: ler, estudar e fazer política.Eu tenho que cumprir a pena. Eu não posso brigar com a cadeia. O preso que briga com a cadeia cai em depressão, começa a tomar remédio.

Os presos antigos, de forma jocosa mas a sério, quando veem um de nós não aceitando… porque é duro perder a liberdade. Quer dizer, não perde porque não perde a liberdade de criar, de pensar, e também não perde o afeto, o amor. Milhões de pessoas vivem numa condição subumana por causa da pobreza, da exploração. E criam, né? Fazem música, arte, criam os filhos, batalham.

 

Folha /// Figueiredo