Pré-candidata pela Rede à Presidência da República, a ex-senadora Marina Silva declarou nesta terça-feira, 17, que as reformas da Previdência, tributária e política serão prioridades em seu governo e que não pretende tirar "nenhum coelho da cartola" quando o assunto é economia.
"Na área econômica, digo sempre que não vamos precisar reinventar a roda", disse a ex-ministra do governo Lula. "A gente precisa tirar o coelho da gaiola, porque ele foi engaiolado há alguns anos e por isso voltamos a ter inflação, déficit público e um monte de problemas", disse.
Marina, que palestrou durante a 19ª Conferência Anual de Investidores do Santander, veio acompanhada do economista Eduardo Giannetti da Fonseca e Basileu Margarido, que integram a sua equipe econômica. Ela também disse receber colaboração do economista André Lara Rezende e, no debate sobre a reforma tributária, do Instituto de Cidadania Fiscal, de Bernard Appy.
Em relação à reforma da Previdência, a pré-candidata disse não concordar com o projeto enviado pelo governo do presidente Michel Temer, que não teria a legitimidade necessária para conduzir as reformas. Já sobre a reforma tributária, Marina defendeu uma simplificação da estrutura, se possível com a criação de um imposto único sobre valor adicionado. "Não dá para ser populista e dizer que dá pra reduzir tributos, mas também não devemos aumentá-los", acrescentou, mencionando as grandes carências que o Brasil enfrenta em temas como educação e saúde.
Questionada sobre o que trouxe de aprendizado das eleições passadas, Marina disse que, em 2014, viu que "muitos candidatos disputavam não a Presidência, mas o comando de uma organização criminosa". Este ano, continuou, "muita gente que disputa a eleição quer na verdade um salvo conduto", acusou.
A presidenciável defendeu ainda a prisão após segunda instância, mas disse que é preciso avançar no sentido de restringir o foro privilegiado das autoridades. "Isso criou uma clara injustiça: os que têm prerrogativa de foro ficam impunes. Só no Congresso Nacional temos cerca de 200 investigados, sem falar naqueles que estão escondidos dentro do Palácio do Planalto".
Estadão Conteúdo // ACJR