Com o aumento da entrada de estrangeiros no país, a governadora de Roraima, Suely Campos, ingressou nesta sexta-feira (13) com um pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para que seja fechada temporariamente a fronteira com a Venezuela .
Ela alega que o ingresso de venezuelanos sobrecarregou o sistema de saúde de Boa Vista, capital de Roraima, e aumentou os índices de criminalidade. Para ela, o governo federal tem se omitido diante da explosão do fluxo migratório.
Hoje, a média de entrada de imigrantes pela cidade de Pacaraima (RR), que faz fronteira com a Venezuela, é de 500 a 700 pessoas por dia fugindo da crise econômica que assola o país Segundo o governo estadual, desde 2015, cerca de 50 mil entraram pela fronteira terrestre, o que ultrapassa 10% da população de Roraima.
No pedido, a governadora solicita o fechamento até que sejam reforçados os auxílios do governo federal para controle da fronteira e a implantação de uma barreira sanitária. Ela cobra ainda do governo federal repasse de recursos para as áreas de saúde e educação, que, segundo ela, estão sobrecarregadas.
“Além de estar prejudicado financeiramente, Roraima está de mãos atadas pois não pode controlar a fronteira nem implantar barreira sanitária, que são competências da União”, disse mais cedo Suely Campos.
Em Brasília, a governadora tratou do tema pela manhã com o ministro interino da Defesa, Joaquim Luna. Ele terá audiência nesta tarde com a presidente do STF, Cármen Lúcia.
Segundo Suely, hoje, a maior parte dos imigrantes que chegam a Roraima tem se estabelecido em praças e imóveis abandonados.
Os venezuelanos sem ensino superior têm pedido esmola, vendido doces ou lavado para-brisas nos semáforos em Boa Vista.
Na avenida Venezuela, uma das mais movimentadas da capital estadual, estrangeiros carregam placas se oferecendo para serviços de pedreiro e pintura.
No início deste mês, o governo federal iniciou processo de deslocamento de venezuelanos para São Paulo e para Mato Grosso No total, foram transferidos até o momento 266 estrangeiros, número considerado insuficiente pela governadora de Roraima.
Agência Brasil // ACJR