Passadas as 48 horas que tinha dado como prazo para tomar “decisões importantes” sobre a Síria, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a usar o Twitter para manter o mundo apreensivo sobre um possível ataque ao regime de Bashar al Assad.
Um dia depois de ter dito que dispararia mísseis “novos e inteligentes” sobre o país árabe, o magnata escreveu na rede social nesta quinta-feira (12) que “nunca disse quando um ataque aconteceria”.
“Poderia ser muito em breve, ou não tão em breve assim. Em todo caso, os Estados Unidos, sob minha gestão, fizeram um grande trabalho ao expulsar o Isis [como também é conhecido o Estado Islâmico] da região. Onde está nosso ‘Obrigado, América’?”, declarou.
Trump passou a cogitar bombardear a Síria após rebeldes, como o grupo radical Jaysh al Islam, financiado pela Arábia Saudita, terem denunciado um suposto ataque químico em Duma, na região de Ghouta Oriental, às portas de Damasco. Assad e sua principal aliada, a Rússia, negam o uso de armas tóxicas.
Em abril de 2017, outro ataque químico atribuído ao regime sírio já havia feito os EUA lançarem mísseis contra a base militar de Shayrat, ação que levantou temores de uma escalada da tensão com a Rússia, mas que teve poucos efeitos práticos sobre os conflitos no país árabe.
Ao longo desta semana, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) não conseguiu aprovar nenhuma resolução para coordenar sua resposta ao suposto ataque químico. Enquanto isso, Moscou anunciou nesta quinta a retomada de todo o território de Ghouta Oriental e da cidade de Duma pelo Exército da Síria.
A região foi o mais perto que os rebeldes conseguiram chegar de Damasco e foi palco de ataques químicos de Assad em 2013, quando o regime se via acossado pelas forças de oposição. Em entrevista à agência russa “Interfax”, o presidente da Comissão de Defesa do Parlamento de Moscou, Vladimir Shamanov, disse não acreditar em uma ação militar dos EUA.
“A situação está complicada, mas estável. Há um certo compromisso entre as partes, espero que tudo se resolva de modo civil”, afirmou. Apesar disso, o Kremlin e a Casa Branca ativaram uma “linha direta” para evitar possíveis incidentes na Síria. (ANSA) // AO