Polícia

Amigos de Temer são soltos em São Paulo após decisão de Barroso

Os nove presos alvos da Operação Skala deixaram a sede da PF

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Poucas horas depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso revogar as prisões temporárias da Operação Skala, os presos deixaram a carceragem da Polícia Federal de São Paulo no final da noite deste sábado.

Entre os que foram soltos estavam dois amigos do presidente Michel Temer — o advogado José Yunes, ex-assessor especial da Presidência da República, e João Baptista Lima Filho, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo, além do ex-ministro Wagner Rossi.

Temer é investigado neste caso, cujo inquérito apura se o presidente, por meio de decreto, beneficiou empresas do setor portuário de Santos em troca de suposto recebimento de propina. Nove presos estavam na sede da PF em São Paulo desde quinta-feira, quando foi deflagrada a operação.

Dentre os acusados, o ex-ministro Wagner Rossi foi o único que falou rapidamente com a imprensa. Como já havia feito ao ser preso, Rossi voltou a negar qualquer relação com as irregularidades apontadas pela PF.

— Eu só queria falar o que já havia dito na entrada, que não tenho nada a ver com esse caso — disse Rossi. Ex-deputado federal, Rossi foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal administradora do porto de Santos, entre 1999 e 2000. Ele é pai de Baleia Rossi, líder do MDB na Câmara.

Entre os presos, Yunes foi o primeiro a sair. Ao ser indagado pelos jornalistas se gostaria de comentar as acusações, Yunes apenas deu um sorriso de canto de boca. Um dos principais aliados de Temer, Yunes é apontado pelo operador Lúcio Funaro, delator na Lava Jato, como um dos responsáveis por administrar propinas supostamente pagas ao presidente.

Para agilizar a volta para casa, os presos abriram mão de fazer o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). As prisões dos alvos da operação eram temporárias (de apenas cinco dias) e terminariam na segunda-feira.

No entanto, a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, enviou a Barroso, ainda neste sábado, um pedido para que os mandados de prisão fossem revogados. Dodge pediu a revogação das prisões com o argumento de que as medidas já haviam cumprido o seu objetivo legal: ouvir os investigados e fazer buscas em endereços ligados a eles.

 

O Globo ///  A   F ////