Deputado Marcel Moraes
O Partido Verde discute internamente a possibilidade de migrar para a base do governador Rui Costa (PT) em sua tentativa de reeleição no pleito deste ano. A questão ainda não é tratada oficialmente, mas foi citada durante uma reunião da Executiva estadual realizada na manhã desta segunda-feira (26).
A decisão passará por uma avaliação sobre dois aspectos. Primeiro, o PV quer se tornar mais robusto tanto na Câmara dos Deputados quanto na Assembleia Legislativa na Bahia. A sigla detém apenas dois mandatos nas duas Casas: o presidente estadual da legenda, Uldurico Júnior, como deputado federal e Marcell Moraes como deputado estadual.
A intenção é ao menos dobrar essa participação a partir de 2019. O segundo quesito considerado pelos dirigentes é o espaço no Executivo.
Em 2012, o PV deixou a base do então governador Jaques Wagner e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) para apoiar a candidatura de ACM Neto (DEM) a prefeito de Salvador, em troca da vice-prefeitura – com Célia Sacramento – e de espaço no primeiro escalão.
O problema é que, ao buscar sua reeleição, Neto tirou Célia da majoritária, mantendo a legenda apenas com a Secretaria da Cidade Sustentável e Inovação (Secis) – uma pasta sem prestígio, cargos ou orçamento.
A opção do prefeito foi inserir dois aliados, Henrique Carballal e seu primo Paulo Magalhães Júnior, entre os verdes, que com Sabá e Marcelle Moraes somaram quatro cadeiras na Câmara de Vereadores de Salvador. Por isso, a insatisfação vem crescendo dentro do PV, mas a indicação de interlocutores é de que ainda não há um martelo batido.
Um dirigente explicou ao Bahia Notícias que a Executiva Nacional deu carta branca para que os baianos decidam de que lado estarão em outubro. A orientação é que, como uma legenda ainda tímida, os verdes devem buscar o cenário que apresente melhores alternativas e que “preservem o partido”.
Um outro interlocutor apontou que o cenário ainda “não está claro”, já que Neto não anunciou oficialmente se deve ou não concorrer ao governo do Estado contra Rui Costa. Outro, contudo, garantiu que as intenções de migrar se mostram cada vez mais “fortes”, principalmente por causa do tratamento dispensado pelo prefeito nos últimos anos.
A queixa é de que o democrata “destratou” os aliados da sigla e não atende às solicitações do grupo. Procurado pelo BN, Uldurico Júnior não negou que haja descontentamento, mas também não confirmou qualquer discussão sobre o assunto. “Nós não deliberamos sobre isso. Estamos só ouvindo a opinião de cada um.
Alguns têm a opinião de ficar na oposição, outros têm a opinião de esperar o posicionamento de ACM Neto, se vai ser candidato ou não, que ainda não se sabe. Escutamos só a opinião de todo mundo e decidimos que vamos começar a deliberar sobre isso”, tergiversou.
Questionado se há um prazo máximo para que uma decisão seja tomada, o presidente estadual do PV apenas indicou que “ainda está muito cedo” para tratar do assunto.
Da reunião desta segunda, participaram dirigentes como Ivanilson Gomes, Sergio Carneiro, José Antonio Maia, Carmem Reyes, Edna França, Marcelo Domingos, Francisco Galvão e Renan de Jesus. O atual chefe da Secis, André Fraga, não participou do encontro, assim como Carballal e Magalhães Júnior, que não fazem parte da Executiva.
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