Bahia

Em ato contra a violência, familiares de vítimas colocam 500 cruzes no Bonfim

Foram ao todo 562 cruzes que fizeram o jardim mais parecer um cemitério.

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Um ato simbólico contra a violência foi realizado, no início da noite desta sexta-feira, 23, em frente à Basílica do Senhor do Bonfim, na Cidade Baixa, quando dezenas de pessoas portando cruzes cobraram garantias de segurança do poder público e adoção de uma cultura de paz pela população.

Na celebração das 17h cada pessoa que perdeu um ente querido carregava na missa uma cruz de madeira com o nome e as datas de nascimento e morte daqueles que amavam. Ao final da celebração, os fiéis saíram das portas da igreja e as depositaram nos jardins da praça em frente à basílica. Foram ao todo 562 cruzes que fizeram o jardim mais parecer um cemitério. 

Na Bahia, segundo a Secretaria da Segurança Pública, ocorreram 6.321 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) no ano passado. Isso significa que mais de seis mil vidas foram ceifadas em homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. 

Em nota, a SSP alega que "os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) reduziram 5% em todo a Bahia, na comparação com 2016. Destaca que os próprios pesquisadores do Monitor da Violência publicaram as mazelas trazidas pela falta de padronização das estatísticas sobre mortes no país, problemática levantada pela Bahia e outros estados nordestinos há anos, criando falsos rankings"

Na sexta-feira santa (30), as cruzes em homenagem aos mortos pela violência na Bahia serão retiradas para serem queimadas no Sábado de Aleluia (31). 

Sobre as manifestações desta sexta, a SSP afirma que "acha louvável a Campanha da Fraternidade 2018 refletir sobre o problema da violência no Brasil.

Destaca que a Igreja Católica, uma grande parceira das polícias e idealizadora da campanha, também compreende que segurança pública não é um problema apenas das forças de segurança, ampliando a discussão para o papel da família, renovação das leis, investimento em educação e a consciência e contribuição de cada cidadão para a redução dos índices de violência".

 

A Tarde// Correio// Redação por Alberval Figueiredo