Política

Lula já discute o que fazer no dia da prisão

Segundo aliados, ex-presidente avalia hipótese de se apresentar, evitando imagens típicas de operação policial

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o lançamento de um livro sobre o seu julgamento, em São Paulo

 

Embora o assunto esteja formalmente interditado entre petistas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já discute com aliados como proceder caso seja determinada sua prisão.

Segundo interlocutores, o ex-presidente avalia a hipótese de se apresentar, evitando a produção de imagens negativas típicas de uma operação policial.

Outra possibilidade é que o petista espere a chegada dos agentes policiais, também cercado por seus apoiadores. Nesse caso, porém, Lula poderia perder o controle da situação ao ser conduzido por policiais.

Petistas estão a postos para acompanhar o ex-presidente. Segundo colaboradores, só Lula poderá tomar essa decisão, que dependerá de onde estiver no dia definido para o cumprimento da sentença.

Na noite desta sexta (16), durante lançamento de um livro em São Paulo, o ex-presidente afirmou que, se mantida a condenação, será "o primeiro preso político do país no século 21".

Em discurso ao lado de aliados políticos e apoiadores no sindicato dos químicos, Lula atacou a Lava Jato e disse que está animado, apesar de condenado pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) a 12 anos e 1 mês de prisão.

Segundo ele, o objetivo da operação é "execrar e condenar as pessoas antes do julgamento". "Eu tenho consciência de que os que me condenaram não têm a consciência tranquila da inocência que eu tenho porque eles acham que mentiram", afirmou, antes de criticar imprensa, Ministério Público e Justiça pelo processo do tríplex em Guarujá (SP).

O evento encheu o auditório do sindicato no centro de São Paulo, onde ocorreu o lançamento do livro "A Verdade Vencerá: O Povo Sabe Por Que Me Condenam" (ed. Boitempo), em que Lula diz estar "pronto para ser preso" e afirma que não fugirá.

 

Folha///  AA F ///